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O que é o dinheiro? PDF

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CadernosBC

SérieEducativa

 

 

 

 

 

 

 

O que é o dinheiro?

 

 

 

CadernosBC

SérieEducativa

 

 

 

 

 

 

 

Oqueéodinheiro?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Banco Central do Brasil

 

Editada em dezembro de 2002.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Asmoedas eas notas usadas para comprar quase tudo aquilo de que você precisa ou que você quer (comida, roupas, brinquedos) são uma invenção recentena história da humanidade.

 

 

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Hámilharesde anos, os homens não precisavam do dinheiro.As poucas pessoas queexistiam moravamem cavernas, cobriam seuscorposcompeles de animais ecomiam aquilo quecaçavamou pescavam.

Mais tarde, quando o número de pessoas aumentou, formaram-se pequenas comunidades.Além da caça eda pesca, algumaspessoas passaram a se dedicar à agricultura ea produzir ferramentas, armasevasilhasde barro para cozinhar.

Quando as pessoasde uma comunidade precisavam de um objeto que não produziam, iam a uma comunidade vizinha efaziam a troca por coisasque não existiam por lá.Assim foi criado oescambo, queé a troca de um objeto por outro.

O escambo foi a primeira forma de comércio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Éclaro que nem tudoera tãosimples. Para trocar um objeto por outro, primeiro era preciso haver concordância entreas partes.

Se alguém quisesse trocar uma vasilha por uma faca, por exemplo, teria que procurar por quem tivesseuma faca everificar seessa pessoa estaria disposta a receber a vasilha em troca. Às vezes, o negócio acabava semproblemas:

– Tome a sua faca!Dê aminha vasilha!

Outras vezes, porém, não era interesse do dono da faca trocá-la por uma vasilha e sim por um colar de conchasdomar.

Então, odonoda vasilha, que queria a faca, teria que procurar por alguém que possuísse um colar de conchasdomar e que quisesse trocá-lo pela vasilha. Em seguida, se conseguisse trocar a vasilha, voltaria à casa do dono da faca e, finalmente, faria a troca pelocolar de conchasdomar.

 

 

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Como vocêpodever, essa troca causava muita confusão. Por isso, as pessoasentraram em

acordo para dar um valor a alguns objetos ou alimentos epoder trocá-los por aquilo quecada um quisesse ou de que necessitasse.

Assim, através do tempo e em diversas comunidades, certos objetos e alimentos, como conchas, plumas, tabaco, peles, pedras, sementese,rceais e sal foram usadoscomo dinheiro para comprar evender mercadorias. Quando alguém realizava um trabalho para outra pessoa, também podia receber em troca uma quantidade desses objetos.

NoBrasil, após a chegada dosportugueses, o pau-brasil passou a ser a principal mercadoria utilizada como elemento de troca. Posteriormente, o pano de algodão, o açúcar, o fumo eo zimbo (tipo de concha utilizada nas trocas entreos escravos) foram utilizados como moeda-mercadoria.

 

 

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Muito antes da descoberta doBrasil, à medida que as comunidades cresciame aumentava a troca entre diferentes povos, os metais- especialmenteos metais preciosos, como a prata eoouro- começaram a ser utilizadoscomo instrumento de troca para facilitarocomércio. Isso porque, além deseremmuito desejados,por causa de sua beleza e dificuldade de obtenção- o que aumentava seu valor -, eram muito resistentesepodiam ser divididosem pequenas partes.

Assim, os primeiroscomerciantes viajavam carregando seussacos de ouroe prata ealgumasbalanças, comas quais pesavama quantidade necessária de metal para comprarou vender mercadorias.

Porém, o trabalho de carregartodoesse peso era complicado. Foi então que apareceram as primeirasmoedas – peças de ouroou de prata, ou de uma combinação dos doismetais. Essasmoedas, onde eram inscritos seu peso eseu valor, eram marcadas, também, comos nomes, desenhos ou legendas dosgovernantes que as faziam circular emseus domínios.

 

 

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Mas sair com um saco de moedas para comprar mercadorias não era uma boa idéia.Asestradasestavam cheiasde ladrões,assaltantese bandidos. Então, os comerciantesencontraram uma solução. Começaram a depositar suas moedas na casa deuma pessoa em quem confiavam: oourives, queera oencarregado de trabalhar como ouroecomos outros metais nobres.Ali suas moedas estariam seguras.

Em troca dasmoedas que lhedavampara guardar, oourivesentregava um recibo no qual prometia devolvê-las quando o dono as pedisse. Sempre que comprava mercadorias, ocomerciante ia à casa doourivespara retirar partedesuas moedas. Por sua vez, o dono damercadoria recebia asmoedas docomerciantee também asdepositava nacasa doourives.

 

 

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Osourivesestavamcansados de tanto dar recibospelas mesmas moedas. Tiveram, então, uma grande idéia: em vez de ficarem

entregando eguardando oouroea prata, era melhor queo comprador pagasseo vendedor como recibo, queera, no final dascontas, a prova de queo comprador tinha depósitos na casadoourives. Essas foram asprimeiras cédulas: recibos de papel que representavam uma quantidade de ouroede prata.

Além de guardar o dinheiro, os ourivescomeçaram a emprestá-lo a reis, governanteseoutras pessoasem troca de algumbenefício ou favor.Assim, muitos ourivesse tornaram os primeiros banqueiros.

Durantemuito tempo, os recibos dosourives foram usadoscomo cédulas, trocados peloouroeprata depositados nasarcas dos banqueiros. Hoje, continuamos usando cédulas, mas já não as trocamospor ouroeprata, como se fazia antes. Com elas, compramos ascoisas deque precisamosou que queremos.

 

 

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Nomundomoderno, quase tudo tem um preço. Se você quer, por exemplo, um chocolate, deve pagar o valor queo vendedor pede.Amesma coisa acontece com osoutros alimentos que vocêcome, coma roupa que você usa, coma luz que ilumina a sua casa à noite, coma água que você usa para tomar banhoecomo telefone que você usa para conversar com seus amigos. Como você pode ver, cada coisa tem um preço quese mede com dinheiro. E sendo o preço uma medida comum, expressa por cédulas e moedas, pode-se comparar o valor dos diferentes bens

eserviços.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pode-se tambémguardar o dinheiro para usá-lo de outras maneiras.As pessoas trabalhame, por seu trabalho, recebem um pagamento em dinheiro. Esse pagamento échamado de salário. Como salário que recebem, as pessoaspagama comida, a roupa, o lugar onde moram, a escola, a luz, a água e as demais coisas de que necessitam.Se, depoisde todos esses gastos, lhes sobra algum dinheiro, elas o guardam em um banco, fazendo uma poupança para utilizar no futuro. Pode ser para comprar um carro novo, viajar, pagar um médico se ficarem doentes, ou ainda para abrir um negócio próprio, como uma sorveteria, um restauranteou uma fábricade sapatos, e assim ganhar mais dinheiro.

 

 

 

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Atualmente, além dasmoedas edascédulas, existem outras formasde pagamento.Vocêse lembra de queos ourivesentregavam aoscomerciantes um recibo em troca doouroeda prata?Da mesma maneira, se tivermos dinheiro em um banco, poderemos receber um talão dechequesou um cartão decrédito. Como desenvolvimento da informática, outrasformas depagamento passaram a ser usadas, comoo pagamento eletrônico, feito tambémcomcartão ou por computador. Não parece mais cômodo eseguro pagar assim?

 

 

 

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Ofato é que, quando uma família trabalha, usa bemo dinheiro e tem alguma poupança, pode viver melhor.

Amesma coisa acontece comos países. Por issose diz que a verdadeira riqueza de um paísé a capacidade de produção de seus habitantes.

Quantomais eles produzirem, melhor viverão.

 

Curiosidades…

Apalavra dinheiro vemdo latimdenarius, nome dado a uma antiga moeda romana. Essa palavra foi usada para denominar uma moeda de prata ecobre quecirculava em Castilha, na Espanha; depois foi utilizada para todas as moedas e todoo tipo de dinheiro.

 

Apalavra troca vemdo Catalão troce quer dizer “golpear”, “chocar”, pelo choqueou aperto de mãos quese davamos comerciantes nomomentode fechar um negócio.

 

 

 

 

 

Apalavra comércio vemdo latim comercium, formada com as palavrascum e merx-cis, que

queriam dizer comércio de coisas miúdas ou de pouco valor.

 

 

 

Emgeral, cada país tema sua própriamoeda:

no Japão, o iene; nos Estados Unidos, o dólar; noMéxico,

o peso mexicano; naVenezuela, o bolívar. Porém, vários países do Continente Europeu, a exemplo deAlemanha, Espanha, França, Itália ePortugal, uniram-se, formando a Comunidade Econômica Européia, e, a partir de 2002, adotaram uma moeda única para todoseles. Essa moeda chama- se “euro”. NoBrasil, a moeda que nós utilizamos éo real.

 

Apalavra moeda significa peça de metal, normalmente de formatocircular, usada como meio de pagamento. Podetambém ter um sentido mais amplo, significando dinheiro, englobando as moedas propriamente ditas eas cédulas.

 

Oprimeiro papel-moeda

(as primeirascédulas) foram utilizadas na China, no séculoVII,

hámais de mil anos.

 

 

 

 

 

 

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As primeiras formasde dinheiro conhecidas são os lingotes (ou barras de metal), queeram

usados na Babilônia há uns 5.000 anos.

 

 

 

 

 

 

Asmoedasforam inventadas na Lídia, uma parte da Turquia atual, há uns 2.500 anos. Não eram totalmente de forma redonda esomente um dos ladosera gravado.

 

 

 

 

 

 

Osal também foi usado como dinheiro em determinada época

da história. Ossoldados romanoseram pagos em sal. Daí a

origem da palavra salário para definir o pagamento queos trabalhadores recebem dosseus patrões.

Ogado foi uma mercadoria muito utilizada comodinheiro. Era um tipo de dinheiro interessante porquese multiplicava quando as vacas davamcria; porém davamprejuízo quando ogado ficava doenteemorria.Além disso, era uma moeda de difícil transporte. Em latim, gado sechama pecus. Dessa palavra surgiu a expressão “valores pecuniários” que até hoje significa “valores em dinheiro”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Umdosbenefícios queo aparecimento do dinheiro trouxe para as pessoas foi ode facilitar a vida daqueles que pretendiam guardar parte dosseusganhos para gastar no futuro. É muito mais fácil guardar dinheiro do que vacas, cereais, sal, que podem desaparecer repentinamente.

 

 

 

 

 

 

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Hámuito tempo, existem provérbios, adivinhações, trava- línguas, rimas, versos, cançõese atéorações queexpressam bem a

sabedoriapopular sobreo dinheiro.Aseguir, damosalguns exemplos. Caso você tenha dúvidas, perguntea alguémmais velhoo que significam.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nem tudo que reluz éouro.

 

Quem tudo quer tudo perde.

 

Quem partee reparte fica coma melhor parte.

Branco sou, da água nasci,

pobrese ricoscomem de mim.

 

 

 

Na água nasci, na água mecriei.

Se na água me jogarem, na água morrerei.

 

 

 

 

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Por que amoeda é redonda?

 

 

 

Mais valeum amigo na praça do que dinheiro nobolso.

 

 

 

 

Quando a esmola édemais, osanto desconfia.

Mais valeum pássaro na mão do que doisvoando.

 

 

Degrão em grão,

a galinha encheo papo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Agradecemos a autorização para reprodução e adaptação concedida pelo Banco Central da Venezuela.

Gerência de Comunicações Institucionais: Mary Batista Lorenzo

 

 

Créditos da publicação original:

 

Créditos da publicação original Dirección Editorial:

María Elena Maggi y Pedro Parra Deleaud Asesoría técnica:Víctor Fajardo Cortez Diseñoe ilustraciones: Rosana Faría Producción y supervisión de imprenta: Mirna Ferrer

ISBN 980-6395-00-X

ImpresoenVenezuela por Refolit

 

Textos e ilustrações adaptados pelo Banco Central doBrasil Secretaria Executiva da Diretoria,

Secretaria de Relações Institucionais. Ilustração da página 9 por

Paulo Eduardo Flores.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apalavra economia vemdogregooikos (casa) e némein(administrar). Dessesignificado de cuidar e lidar comos bens de uma casa, a palavra tomou osentido que temagora de administrar a riqueza pública de uma comunidade, região ou país. Daí também vemonome da ciência queestuda os processoseconômicos.

Com esta série decadernos, oBanco Central do Brasil acredita estar oferecendo àscrianças brasileiras, por meio de textossimplese ilustrações divertidas, alguns temaseconceitos básicos de economia

que permitirão a elas compreender a complexidade do mundo econômico

de hoje.

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