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Febraban: Composição do SpreadBancário

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Febraban: Composição do Spread Bancário

Informativo Assessoria Econômica                                                                                                                                                                                                                                      Novembro | 2017

 

Com base nos balanços anuais consolidados dos 5 maiores bancos e intuito de diagnosticar a formação do spread bruto nas operações de crédito no Brasil, a Febraban em parceria com a Accenture produziu uma extensa análise comparativa com 12 países emergentes e avançados. As informações disponibilizadas pelo Banco Central indicam que o spread das operações aqui realizadas apresenta o nível mais elevado. As conclusões do documento assinalam os custos mais elevados como principal fator contributivo. Especificadamente: (1) o da inadimplência (custo das provisões/operações de crédito); (2) o financeiro (despesa de juros/ativos rentáveis); (3) o operacional (despesa operacional/ativos rentáveis); e (4) o tributário (alíquotas efetivas).

 

País Spread 2016 (a.a.)
Brasil 22,0%
México 9,1%
Alemanha 5,5%
EUA 5,2%
Chile 4,3%
India 4,0%
UK 4,0%
Colômbia 3,9%
África do S. 3,9%
Austrália 3,3%
Rússia 2,7%
Coréia do S. 2,5%
Turquia 2,1%

 

Com relação ao custo da inadimplência, os bancos brasileiros possuem o maior montante de provisões (PDD) em relações à carteira de crédito. Entre os fatores explicativos para essa proporção, foram assinalados os critérios mais conservadores para a constituição das provisões, de modo que as despesas de PDD de 4,5% em relação ao total de ativos de crédito é a maior entre os países analisados. Para tanto, há a contribuição da dificuldade na execução de garantias (tanto nos gastos, como no tempo e no valor recuperado) e as ineficiências nas informações utilizadas para a concessão de crédito (não efetividade do cadastro positivo). O custo de PDD de aproximadamente 38% da margem financeira representa o segundo maior do grupo considerado. Excetuando-se essas despesas, a margem financeira aproxima-se da mediana da amostra. (3,6% contra 2,7%)

 

Despesa de PDD sobre margem financeira

 

44,9%

 

 

35,5%

31,8%                     33,0%

29,8%                               31,6%

38,7%

32,3%

 

24,4%

27,3%

 

19,0%                         18,8%

 

11,5%

12,5%

11,5%

 

2012                            2013                            2014                            2015                             2016

 

Brasil                   Desenvolvidos                  Emergentes

Fonte: Febraban/Accenture

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Febraban: Composição do Spread Bancário

Informativo Assessoria Econômica                                                                                                                                                                                                                                      Novembro | 2017

 

No que se refere aos custos financeiros, o destaque é para o peso do elevado grau de recolhimento compulsórios dos depósitos e do direcionamento de crédito que exigem que os bancos brasileiros tenham uma maior captação para realizar o mesmo volume de operações que os seus pares. Como consequência, as despesas com juros em relação aos ativos rentáveis são de 8,8% ante a mediana de 2,3% da amostra. No Brasil, as alíquotas nominais de compulsório mais elevadas, resultam em um total recolhido de 6,4% dos ativos totais dos bancos comparativamente a mediana de 1,9% dos demais. Ademais, representando aproximadamente 50% do saldo total das operações, o crédito direcionado indica a presença do subsídio cruzado e limita a rentabilidade dos recursos captados. Por último, o relatório ressalta o pouco desenvolvimento do mercado de capitais e a estrutura de passivo das instituições financeiras nacionais com prazos relativamente mais curtos e custos mais elevados quando comparadas com os seus pares internacionais.

Cobertura de funding

Depósito e captações / Ativos rentáveis

 

1,12                                    1,12

1,11

 

 

1,06

1,05                               1,05                              1,05                         1,05                                     1,05

2012                              2013                              2014                              2015                              2016

 

Brasil                   Desenvolvidos                  Emergentes

Fonte: Febraban/Accenture

 

A despesa operacional dos bancos brasileiros é mais elevada, onerada pelos custos trabalhistas e pela alta densidade da rede física de atendimento. A sua proporção em relação aos ativos rentáveis é de 4,5%, enquanto que os demais países apresentam mediana de 2,7%. O documento elenca como prováveis razões para o elevado custo de pessoal: (1) a carga horária reduzida de 6 horas; (2) as atividades de apoio; (3) as atividades de observância regulatória; (4) o retrabalho; e (5) a falta de automação e digitalização de processos. Ademais, a legislação trabalhista tem impacto significativo no desempenho operacional. Os bancos nacionais apresentam nível mais alto de provisionamento para processos trabalhistas, cíveis e fiscais em relação ao passivo total (1,22% contra 0,05% da mediana dos demais países). A burocracia tem papel relevante no montante dos custos operacionais, bem exemplificada no número de procedimentos e tempo gasto para registrar um imóvel.

 

 

 

 

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Saldo de provisões para processos trabalhistas, cíveis e fiscais em relação ao pasiivo total

 

 

Brasil India Alemanha

UK EUA

México Colombia Turquia

Chile Coréia do S.

Rússia África do S. Austrália

1,22%

 

Fonte: Febraban/Accenture

 

De acordo com trabalho, a tributação acentuada e as regras mais conservadoras no diferimento de despesas também favorecem o elevado spread. Com isso, tem-se um volume elevado de créditos tributários não rentáveis nos balanços patrimoniais. Nos últimos anos, houve crescimento acelerado dos créditos tributários diferidos, motivado pelo maior volume de provisões com a deterioração da qualidade das carteiras de crédito e, principalmente, pelo descasamento contábil das regras prudenciais e das deduções fiscais. Como agravante, o Brasil é um dos poucos países que tributam a intermediação financeira (PIS/COFINS de 4,5% do spread), além do imposto indireto sobre as operações de crédito (IOF). A alíquota nominal de 45% de IR e CSLL representa a maior da amostra estudada. Destaca-se ainda que a CSLL para os bancos é de 20%, enquanto para os demais setores econômicos é de 9%.

 

O estudo Febraban/Accenture aponta algumas iniciativas que podem estimular a redução do spread. No âmbito do próprio sistema bancário, destaca as ações individuais para promover uma maior eficiência operacional, como: (1) investimentos em tecnologia; (2) a criação de novos canais digitais; e (3) a redução dos custos de captação e de capital. Como medidas coletivas: (1) os avanços no compartilhamento de ATMs via Tecban; (2) a criação de um novo bureau de crédito (GIC); (3) o estímulo à portabilidade; (4) a criação de centrais de colaterais e

(5) o investimento em Cyber Security. Além disso, destaca a agenda de Governo que contempla as reformas microeconômicas que objetivam a redução do custo de inadimplência, a modernização do ambiente regulatório e o aumento da eficiência operacional. Nesse sentido, são apresentadas 14 ações para promover a redução gradual do spread bancário.

 

 

 

 

 

 

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Fonte: Febraban/Accenture

 

Alguns exemplos de propostas:

 

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O estudo também avalia o eventual impacto da concentração bancária na composição do spread. Dentre os países da amostra o Brasil é o quinto mais concentrado com os cinco maiores bancos representando 71% do total da carteira de crédito do sistema financeiro. Entretanto, este índice é relativizado pela participação dos bancos públicos no crédito direcionado, notadamente nas operações de financiamento imobiliário e para o setor rural.

 

Em termos internacionais, o trabalho identificou uma baixa correlação entre concentração bancária e o spread. Apesar dos spreads mais altos, a rentabilidade dos bancos brasileiros assemelha-se a obtida nos demais países. A média de cinco anos do retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) dos cinco maiores bancos é de 16,2%, a segunda maior da amostra. Descontada a taxa básica de juros, o retorno é de 8,8% o que leva as instituições financeiras locais à sétima posição. Contudo, quando se compara com outros setores da economia, o setor bancário ostenta a 14ª posição, com um ROE de 11,8% em 2016.

 

 

Concentração da carteira de crédito

% maiores bancos no total do sistema financeiro em 2015

 

África do S.             91%
Austrália           82%  
Chile         73%    
México         72%    
Brasil         71%    
Rússia         69%    
Colombia         68%    
Coréia do S.         64%    
Brasil sem RD         62%    
Turquia       56%      
UK     41%        
India     40%        
EUA     40%        
Alemanha   24%          

 

Fonte: Febraban/Accenture

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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ROE (Lucro Líquido / PL médio)

% a.a. média 5 anos dos 5 maiores bancos comerciais

 

Chile           17,8%
Brasil         16,2%  
África do S.         15,2%  
Colombia         14,8%  
Turquia         14,5%  
México         13,9%  
Austrália         13,4%  
Rússia         12,0%  
India         11,0%  
EUA       8,1%    
Coréia do S.     5,4%      
UK   1,5%        
Alemanha   1,4%        

 

Fonte: Febraban/Accenture

 

 

Para ler o relatório completo, clique aqui.

 

https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/Estudo%20do%20Spread%20Banc%C3% A1rio_out_17.pdf

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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